quarta-feira, 30 de novembro de 2011

IMPLANTAÇÃO DE PLANO DE POLÍTICAS ANTIDROGAS É TEMA DE REUNIÃO COM O PREFEITO PAULO GARCIA


Durante encontro, Paulo Garcia afirma que problema do crack é mais do que uma epidemia é uma 'tragédia do mundo moderno'

A implantação prática do Plano Integrado de Políticas Antidrogas foi o principal assunto tratado na reunião realizada nesta quarta-feira, 30, entre o prefeito Paulo Garcia e membros do Conselho Municipal sobre Políticas Antidrogas (Comad). O encontro, realizado no 6º andar do Palácio das Campinas Venerando de Freitas Borges (Paço Municipal), contou com a participação de representantes de vários órgãos que integram o Comad, entre eles: o Ministério Público Municipal, Conselho Regional de Farmácia, Conselho Regional de Medicina, Polícia Federal, OAB Goiás, Polícia Militar, PUC Goiás e as Secretarias Municipais de Saúde (SMS), Educação (SME) e Assistência Social (Semas), esta última representada pela própria secretária Célia Valadão. Também fazem parte do Conselho várias organizações não governamentais e associações que militam no campo de tratamento e combate a dependência química.


A reunião foi coordenada pelo titular da Secretaria Municipal de Defesa Social (Semdef), Arlen Viana, e pela diretora de Políticas sobre Drogas, Dagmar da Silva Ramos. Segundo levantamento da Semas, Goiânia possui hoje entre 70 e 100 crianças em situação de rua e quase 100% desses menores fazem uso de algum tipo de droga. Mas a diretora de Políticas sobre Drogas da Semdef alerta que o problema é ainda maior já que, além da população em situação de rua, existe também um grande número de famílias de baixa renda que convivem com o drama das drogas e do álcool e que não têm para onde encaminhar seus filhos ou outros entes familiares que precisam ser tratados. Segundo ela, somente o Pronto Socorro Psiquiátrico Professor Wassily Chuc, uma das principais unidades da capital que tratam os vários tipos de transtornos psíquico-sociais, possui uma demanda reprimida de mais de 600 vagas.



Tragédia
O prefeito Paulo Garcia fez questão de abrir os trabalhos da reunião e prestar alguns esclarecimentos sobre ações do poder público municipal nesta área. Ele iniciou sua fala lembrando que a questão da dependência química, em especial a do crack, é um problema de toda a sociedade e todas as esferas do poder público. “Acho que o problema das drogas, em especial do crack, é mais do que uma epidemia. É uma grande tragédia do mundo moderno”, salientou Paulo Garcia.



O prefeito destacou que é preciso que haja entre os governos e os diversos setores da sociedade civil organizada um consenso de projetos e ações e que, na luta contra as drogas, é preciso esquecer diferenças partidárias ou qualquer outra que exista em função de um único objetivo: a preservação da vida. “Não há uma solução se não entendermos que as drogas é problema de todos nós. Meu, seu, dos nossos vizinhos, do poder público”, afirmou Paulo Garcia.



De acordo a Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, uma da mais importantes ONGs no estudo e pesquisa de alcoolismo e drogatização do País, os Brasil possui atualmente cerca de seis milhões de dependentes químicos. Desse total, aproximadamente 1,5 milhão seria de usuários de crack.



Avanços
Sobre ações da prefeitura para o tratamento e as políticas antidrogas, o chefe do Executivo Municipal lembrou que a criação da Semdef e do Comad foram grandes avanços para a sociedade goianiense. Porém, Paulo Garcia admitiu que a estrutura desses órgãos ainda é precária, até mesmo para efetiva implantação do Plano Integrado de Políticas Antidrogas. O prefeito explicou inclusive que a Secretaria foi criada recentemente quando já havia sido aprovado o orçamento municipal e que foi necessário uma manobra orçamentária para garantir a manutenção do órgão.



Paulo Garcia também revelou que as verbas federais, embora fundamentais, ainda não são suficientes para dar uma resposta mais rápida ao problema do tratamento de dependentes químicos. Mas o prefeito apontou ações pontuais que mostram a preocupação e o empenho da atual gestão municipal para reverter essa situação. Entre essas ações, está a construção de um novo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) no Jardim Novo Mundo, que junto com outros Caps que trabalham especificamente dependentes químicos, irá ampliar ainda mais essa rede de atendimento.



O prefeito também anunciou o envio de recursos do próprio Tesouro Municipal para auxilio ao Hospital Psiquiátrico Casa de Eurípedes, uma das principais unidades do Estado em Tratamento de dependentes químicos.


Autor: Anderson Costa

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